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PSIQUE • e-ISSN 2183-4806 • Volume XX • Issue Fascículo 2 • 1st july julho-31st december dezembro 2024 • pp. 8-26
Apoio social e acontecimentos de vida negativos nasfamílias em risco psicossocial e a população emgeraldo Algarve
TABELA4
Comparação das médias, desvios-padrão nas dimensões dos acontecimentos de vida stressantes e de risco
entre as famílias da população em geral e em risco (nGeral=217, nFRisc=130)
Acontecimentos de Vida
Stressantes
Famílias População em Geral Famílias Risco
F p n2
M DP M DP
Próprio (atual) 1,67 1,87 4,06 2,30 111,35 <,001 ,25
Ambiente próximo (atual) 2,30 2,60 4,69 2,67 67,60 <,001 ,16
Próprio (passado) 0,81 1,28 2,53 1,80 107,84 <,001 ,24
Ambiente próximo (passado) 1,33 1,82 3,07 2,27 60,81 <,001 ,15
Nota. M=Média, DP=Desvio-padrão, F=Estatística teste, p=nível de significância, n2=Medida de magnitude de efeito.
As famílias em risco evidenciaram níveis mais elevados de impacto emocional relativos à
vivência de problemas físicos (F [1,64]=6,94, p=,011), económicos (F [1,125]=9,23, p=,003), judi-
ciais/policiais (F [1,37]=4,15, p=,049) e profissionais (F [1,159]=17,49, p=< ,001), do que as famí-
lias da população em geral. Porém, as famílias da população em geral mostraram maior impacto
emocional com a separação/divórcio (F [1,63]=4,21, p=,045), comparativamente às famílias em
risco.
Os progenitores de famílias em risco indicaram uma maior presença de profissionais na
sua rede de apoio que as famílias da população em geral (FRisc=28,2%, FGeral=8,3%, χ2 [1,
N=348]=24,43, p < ,001). As famílias em risco evidenciaram níveis mais elevados em todas as
dimensões da necessidade de apoio, total (F [1,335]=25,20, p < ,001), emocional (F [1,331]=6,02,
p=,015), tangível (F [1,309]=29,13, p < ,001) e informativa (F [1,324]=8,92, p=,003), que as famílias
da população em geral. No que se refere à satisfação, as famílias em risco mostraram níveis mais
elevados de satisfação em todas as dimensões que as famílias da população em geral, contudo
com diferenças significativas na satisfação total (F [1, 275]=13,08, p=,000) e satisfação tangível
(F [1, 127]=8,50, p=,004).
Na composição da rede de conflitos, as famílias em risco apresentaram uma maior presença
do cônjuge (FRisc=40,4%, FGeral=16,5%, χ2 [1, N=196]=12,75, p < ,001), filhos (FRisc=14%,
FGeral = 4,3%, χ2 [1, N = 196] = 5,76, p = ,016) e outros (FRisc = 12,3%, FGeral = 4,3%, χ2 [1,
N=196]=4,14, que as famílias da população em geral. As famílias da população em geral apre-
sentaram uma rede de risco mais ampla que as famílias em risco (MGeral=5,22; DPGeral=3,42,
MRisco=2,31; DPRisco=2,96), sendo que as famílias em risco demonstraram uma maior necessidade
de apoio (MRisco=7,01; DPRisco=3,56; MGeral=5,81; DPGeral=3,41), do que as famílias da população
em geral.
As famílias do tipo biparental apresentaram redes de apoio a nível emocional (MBi=5,35;
DPBi=3,51; MMono=4,28; DPMono=2,40) e tangível (MBi=4,08; DPBi =2,33; MMono=3,27; DPMono=2,87)
mais extensas e níveis mais elevadas em todas as dimensões de necessidade de rede de apoio,
emocional (MMono=6,95; DPMono=2,48; MBi=6,30; DPBi =2,40), tangível (MMono=5,21; DPMono=2,91;
MBi=4,23; DPBi =2,52), e informativa (MMono=6,05; DPMono=2,76; MBi=5,15; DPBi =2,64), que as
famílias do tipo biparental. Não se observaram diferenças significativas nas dimensões de satis-
fação com o apoio social percebido em função do tipo de família (emocional: F= 2,07; p=,151;
h2=,01; tangível: F= 0,01; p=,915; h2=,00; informativa: F= 0,37; p=,542; h2=,00). As famílias
não pobres apresentaram uma rede de apoio tangível mais ampla do que as famílias pobres (F