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REPERCUSSÕES DA CULTURA ORGANIZACIONAL NO COMMITMENT
ORGANIZACIONAL: ESTUDO DESENVOLVIDO EM INSTITUIÇÕES DO
ENSINO SUPERIOR
REPERCUSSIONS OF ORGANIZATIONAL CULTURE ON ORGANIZATIONAL
COMMITMENT: STUDY DEVELOPED IN HIGHER EDUCATION INSTITUTIONS
Inês Silva
1
, Mariana Lopes Calcinha
2
, Joana Conduto Vieira dos Santos
3
PSIQUE • EISSN 21834806 • VOLUME XIX • ISSUE FASCÍCULO 1
1
ST
JANUARY JANEIRO  30
TH
JUNE JUNHO 2023 PP. 7191
DOI: https://doi.org/10.26619/2183-4806.XIX.1.4
Submitted on 25.06.21 Submetido a 25.06.21
Accepted on 31.10.22 Aceite a 31.10.22
Resumo
Os constructos abordados no presente artigo são a Cultura Organizacional, que se apresenta
como um conjunto de valores, crenças, comportamentos, hábitos e atitudes, que contribuem para
o ambiente social e psicológico de uma empresa, formando então uma identidade organizacio-
nal, e o Commitment, que se refere ao nível de afeição que o indivíduo possui pela organização a
que pertence, de maneira a que proporcione ao sujeito um sentimento forte de identificação para
com a organização, de compromisso e que, ainda, usufrua da sua atuação para com esta. Este
estudo pretende analisar os efeitos do tipo de Cultura Organizacional no Commitment Afetivo,
em instituões públicas e privadas. Assim, foi utilizada uma amostra composta por 210 sujeitos
(110 de instituições públicas e 100 de instituições privadas). Os instrumentos disponibilizados
foram a escala FOCUS (First Organizational Culture Unified Search) e a Escala de Commitment
Organizacional. Através dos resultados obtidos, é possível constatar que o tipo de cultura organi-
zacional, mais especificamente, a Cultura de Apoio, contribui positivamente para o Commitment
Afetivo, do colaborador.
Palavras-Chave: Cultura Organizacional, commitment afetivo, antecedentes, instituições profissio-
nais.
Abstract
The constructs addressed in this article are Organizational Culture, which is seen as a set of
values, beliefs, behaviors, habits and attitudes, which contribute to the social and psychological
1 Universidade do Algarve – Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Faro, Portugal (inesalexsilva13@gmail.com)
2 Universidade do Algarve – Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Faro, Portugal (mariana.calcinha@gmail.com)
3 Universidade do Algarve – Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Faro, Portugal (jcsantos@ualg.pt)
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environment of a company, thus forming an organizational identity and Commitment, which it
refers to the level of affection that the individual has for the organization to which he belongs,
so that it provides the individual with a strong feeling of identification with the organization,
of commitment and that he still enjoys his performance towards it. This study aims to
analyze the effects of the type of Organizational Culture on Affective Commitment, in public
and private institutions. This study aims to analyze the effects of the type of Organizational
Culture on Affective Commitment, in public and private institutions. A sample composed
of 210 persons (110 from public institutions and 100 from private institutions) was used. The
instruments available were the FOCUS scale (First Organizational Culture Unified Search) and
the Organizational Commitment Scale. Through the results obtained, it is possible to verify that
the type of organizational culture, more specifically, the Support Culture, contributes positively
to the Employees Affective Commitment.
KeyWords: Organizational Culture; Affective Commitment; Background; Professionals Institutions.
Introdução
Cultura Organizacional
O conceito de Cultura Organizacional, um dos presentes neste estudo, tem sido, ao longo
de vários anos, alvo de muita atenção por parte de investigadores (Saraiva, 2012). Este, apesar
de estar presente em muita literatura tem-se mostrado difícil de definir, contudo, as definições
encontradas partilham alguns ideais comuns.
A Cultura Organizacional é vista como um conjunto de valores, crenças, comportamentos,
hábitos e atitudes, que contribuem para o ambiente social e psicológico de uma empresa, for-
mando então uma identidade organizacional (Nikpour, 2017; O’Reilly, 1997; Rodríguez et al.,
2020; Schein, 1990). Assim, esta é tida como ponto chave na determinação do clima organiza-
cional, lideraa, estilo, estratégia regida, organização do comportamento, entre outros. De um
modo geral, a cultura organizacional justifica o modo como as coisas são feitas em determinada
instituição ou por sua vez, o que não é tolerado (Elsbach & Stigliani, 2018), evidenciando que a sua
alteração numa empresa é uma tarefa bastante difícil e complexa (Rossini & Bendassolli, 2019).
Este constructo é tido como intemporal, uma vez que guia a perceção do que é importante,
valorizado como positivo e negativo e do que é possível e real (Caliskan & Zhu, 2020). Esta per-
ceção que os funcionários têm, relativamente à empresa, é manifestada pelas ações, sobretudo
dos líderes, que desempenham um papel primordial na sua disseminação e moldagem da sua
evolução (Elsbach & Stigliani, 2018; Heskett, 2017).
De acordo com Messner (2013), é necessário para o reforço da cultura organizacional, a exis-
tência de pilares que sustentem este construto, como por exemplo artefactos como ícones, his-
tórias, heróis, ritos e rituais, que demostrem aos funcionários o que a organização representa
(Malheiros et al., 2020). Assim sendo, a cultura organizacional é tida como o padrão de suposições
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que são ensinadas aos mais recentes membros de uma organização, como sendo aquele o modo
correto de “perceber, pensar e sentir em relação a esses problemas” (Ferreira et al., 2016, p.70).
Para que possam ser explicados os tipos de cultura presentes nas várias organizações foram
criados diversos modelos, contudo apenas será feita referência ao Modelo dos Valores Contras-
tantes, da autoria de Quinn e seus colaboradores (Neves et al., 2011). Ao nível da literatura este é
o modelo mais utilizado, uma vez que é aquele que apresenta melhor abordagem ao construto de
cultura organizacional, concebendo assim uma melhor realidade organizacional (Saraiva, 2012).
O Modelo dos Valores Contrastantes ou Modelo de Quinn (Neves et al., 2011) pode ser perce-
cionado como um quadrado, dividido por dois eixos, o eixo vertical Flexibilidade-Controlo e o
eixo horizontal Interno-Externo. Assim, quando estes eixos se intersetam originam quatro qua-
drantes, que são os quatro tipos de cultura postulados pelo modelo acima referido.
É importante salientar que o primeiro eixo (Flexibilidade-Controlo) es mais relacionado
com a estrutura organizativa da instituão, indicando que esta poderá assumir-se como estru-
tura informal, simbolizando a iniciativa individual e a rapidez e adaptação organizacional (se
privilegia a flexibilidade) ou por oposição, como estrutura burocrática ou hierárquica, em que
controlo é tido como a necessidade hierárquica e de controlo das funções. Em relação ao segundo
eixo (Interno-Externo), este pode ser percecionado como mais externo se o foco da organização
é pautado pela competitividade e crescimento e desenvolvimento de atividades que promovam
o crescimento e a aquisição de recursos, ou, por sua vez, mais interno se o bem-estar individual
for procurado e valorizado, bem como o desenvolvimento individual dos seus funcionários e a
procura de um ambiente de trabalho estável e cooperante, ou seja é aqui procurado o desenvolvi-
mento dos recursos humanos e manutenção estável e cooperante no ambiente de trabalho (Neves
et al., 2011).
O primeiro quadrante, que assenta nos eixos Flexibilidade-Interno, origina a Cultura de
Apoio, que se pode inserir no Modelo Teórico das Relações Humanas. Esta cultura assenta na
enfatização da flexibilidade e do lado interno da organização. O objetivo principal é a criação
e manutenção da coesão e empenho dos colaboradores. Para motivar os seus funcionários, este
tipo de cultura rege-se pela participação, confiança e sentimentos de pertença face à organiza-
ção. Para que a lideraa seja desempenhada da melhor maneira, tende-se a estimular a parti-
cipação e é dado apoio para o desenvolvimento dos funcionários, fomentando assim o trabalho
em equipa. Como critério de eficácia nesta cultura, está o potencial de desenvolvimento humano
bem como o envolvimento dos seus funcionários (Oliveira et al., 2015).
O segundo quadrante, Cultura de Inovação (ou Modelo dos Sistemas Abertos) evidenciado
pelos eixos Flexibilidade-Externo, pauta a flexibilidade e mudança, contudo centra a sua aten-
ção na adaptação da empresa às exigências impostas pela envolvente. Os valores que dominam
esta cultura são o crescimento, aquisição de recursos, criatividade e capacidade de adaptação.
O desafio, a iniciativa individual, a possibilidade de inovação, a variedade de tarefas e o cres-
cimento pessoal do colaborados, sãoingredientes” fundamentais para a motivação. Relativa-
mente à liderança, esta é legitimada pela capacidade de o líder estar disposto a correr riscos, pela
sua capacidade de fazer com que a empresa cresça e de possuir uma visão estratégica. Neste tipo
de cultura, a eficácia é medida pela “quota de mercado e crescimento em volume de negócios
(Neves et al., 2011, p.463).
O terceiro quadrante, originado pelos eixos Controlo-Externo, origem à Cultura de Obje-
tivos e, por sua vez ao Modelo das Metas Racionais. Esta enfatiza a produtividade, desempenho,
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alcance de objetivos e realização, que consiste na motivação para a capacidade de competição
e alcance de objetivos pré-determinados. Assim sendo, a liderança tende a ser orientada para a
atividade a desempenhar e alcance de objetivos. A eficácia nesta cultura é medida com base na
produtividade baseada no planeamento e eficácia de funcionamento (Oliveira et al., 2015).
Por último, a juão dos eixos Controlo-Interno, origina uma Cultura de Regras ou ainda
denominado, Modelo dos Processos Internos. Esta valoriza a formalização e segurança, unifor-
midade e centralização, em nome da existência de estabilidade interna. Aqui, o fator motivacio-
nal prende-se com a segurança, ordem, regras e normas de funcionamento que parametrizam
a atividade organizacional. A liderança é conservadora na medida em que pretende garantir o
controlo e assegurar a segurança e estabilidade, sendo estas características primordiais no cri-
rio de eficácia (Neves et al., 2011; Oliveira et al., 2015).
Observando as funções da cultura organizacional é possível afirmar, de acordo com Rocher
(1969, cit. in Cirqueira & Menezes, 2019) que as suas três grandes funções são, social, psíquica
e de adaptação. A primeira, porque proporciona a formação de uma coletividade espefica,
originando uma estrutura comunicacional entre sujeitos. A segunda, possibilita a convivência
entre indivíduos na comunidade e a terceira permite a adaptação de sujeitos e da sociedade,
num ambiente de constante mudaa. Outra função da cultura organizacional, segundo Oliveira
(1997, cit. in Coleta & Naves, 2003) é a de motivar os trabalhadores de maneira a alcançar um ele-
vado nível de commitment, atingindo o comportamento esperado pela organização e auxiliar na
produção de padrões que serão internalizados pelos colaboradores.
Estudos realizados por Silverthorne (2004) encontraram relações entre o desempenho e a
cultura organizacional. Outros estudos revelaram que os colaboradores com uma cultura organi-
zacional vigorosa são mais empenhados que os com uma cultura frágil (Rodríguez, et al., 2020).
Commitment
Analisando o segundo constructo sobre o qual este estudo incide, o conceito de commitment
pode ser encarado como o nível de afeição que o indivíduo possui pela organização a que per-
tence, de modo a que proporcione ao sujeito um sentimento forte de identificação para com a
organização, de compromisso e que ainda usufrua da sua atuação para com esta (Allen & Meyer,
1990).
Este termo é concetualizado e medido de diversas maneiras. Buchanan (1974) avaliou o com-
mitment como um “apego afetivo partidário aos objetivos e valores da organização, ao papel de
alguém em relação aos objetivos e valores e à organização em seu próprio benefício, além do
valor puramente instrumental (p.533). Para outros, o commitment é a solidez do empenho nas
atividades a executar (Messner, 2013).
O commitment assenta na relação entre o indivíduo e a organização (Lambert et al., 2020)
e descreve o compromisso dos funcionários na organização (Yao et al., 2019). Este termo é tido
como a aceitação e vontade de fazer parte da organização, pela aceitação da direção tanto como
do propósito da empresa, por parte do indivíduo (Kreitner & Kinicki, 2014 cit. in Novitasari et al.,
2020).
Relativamente aos modelos, o apresentado é o Modelo Multidimensional de Allen e Meyer
(1990) defende a existência de três componentes de commitment, o afetivo, o normativo e o ins-
trumental. Estes elementos progridem autonomamente, pois têm envolvimentos e precedentes
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spares para com o comportamento organizacional, originando atitudes e comportamentos dis-
tintos.
Iniciando pela descrão do Commitment afetivo revela o nível de relação emocional, a iden-
tificação e a ligação do indivíduo para com a organização e para com os objetivos da mesma
(Messner, 2013), ou seja, o funciorio permanece na organização porque deseja. O nível de com-
mitment afetivo cresce quando o colaborador se encontra identificado e envolvido com a organi-
zação. Assim sendo, pode-se considerar que este commitment é o que está mais relacionado com
a performance. A motivação que o indivíduo apresenta para alcançar os objetivos da empresa
aparenta estar relacionada com os laços afetivos que o unem à organização (Saraiva, 2012). Os
colaboradores que demonstram entusiasmo com o trabalho e que estão empenhados em ajudar
a organização a alcaar sucesso, apresentam níveis elevados de commitment afetivo (Meyer &
Allen, 1997, cit. in Miranda, 2019).
O commitment normativo pode ser refletido como o sentido de obrigação moral em continuar
a pertencer à organização, por dever e lealdade. O funcionário expressa a sua lealdade ao fazer
sacrifícios pessoais e ao evitar julgar a organização e continua na empresa porque sente que o
deve fazer (Messner, 2013). O commitment normativo, segundo Meyer e Allen (1990) forma-se
através da aquisição interna dos valores e das expetativas sociais e organizacionais em relação
à lealdade do colaborador para com a organização. Os colaboradores com fortes níveis de com-
mitment normativo normalmente colaboram na concretização dos objetivos da organização, mas
não se encontram tão motivados quanto os colaboradores com níveis fortes de commitment afe-
tivo (Rego & Souto, 2004).
Por último, o commitment instrumental reside na conscientização que o indivíduo tem dos
custos implicados na sua saída da organização e no nível em que o empregado é dependente
desta, ou seja, o funciorio permanece na organização porque tem essa necessidade (Castellano
et al., 2021). Os trabalhadores com fortes níveis de commitment instrumental fazem o mínimo pela
organização e apenas o indispensável para permanecerem nela. Os colaboradores com níveis
altos de commitment instrumental podem, ainda, iniciar comportamentos que podem influenciar
negativamente o sucesso da organização, como o absentismo (Pratama et al., 2022).
O commitment é essencial porque os objetivos e necessidades dos funcionários têm de se
ajustar aos objetivos e necessidades da organização (Devece et al., 2016). Autores como Boon e
Arumugam (2012) depreenderam que todos os tipos de culturas estão diretamente envoltas no
commitment dos funciorios. Manetje e Martins (2009) alegaram que o commitment pode depen-
der da cultura vigente na organização. Silverthorne (2004) afirma ainda que a cultura organiza-
cional tem poder para edificar o desempenho na organização.
Um estudo realizado por Nikpour (2017) esclareceram que a “cultura organizacional tem
impacto positivo direto no desempenho e no commitment dos funcionários, ou seja, a cultura
organizacional além de ter impacto positivo e direto no desempenho organizacional tem impacto
indireto no desempenho organizacional através do comprometimento do indivíduo à organiza-
ção” (p.70).
Segundo Meyer e os colaboradores (1998), os funcionários que sentem harmonia entre as
políticas, crenças e valores da organização e as suas crenças e valores têm um nível positivo de
commitment com a organização e, por isso, explica (Black, 1999) que a cultura organizacional é
considerada como um importante preditor do commitment.
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Considerando a população representativa deste estudo, o corpo docente e não docente de uma
instituição de ensino superior, podemos atentar que as universidades são um tipo de organização
elementar no auxílio ao desenvolvimento da sociedade porque a doutrina de ensino superior é
considerada como alicerce fundamental no crescimento social, cultural, político e económico. O
compromisso organizacional é influenciado pelo tipo de conjuntura vigente na organização e,
por isso, o significado atribuído à relação de emprego difere se a dimensão é pública ou privada
(Veloso et al., 2016).
Atualmente, considerando a gestão organizacional, é estratégico conjeturar que diversos
fatores são estáveis no comportamento dos trabalhadores porquerios são os comportamentos
que influenciam as organizações, tais como o crescimento da competitividade global, as alte-
rações súbitas, a delimitação de meios e, por fim, a falta de um grupo capaz. Indivíduos muito
eficazes e com níveis altos de motivação desempenham um papel primordial no impulso das
políticas e dos planos da organização (Veloso et al., 2016). A gestão do ensino superior depara-se
com diversificados desafios tais como a mutação, descentralização e apreciação da faculdade.
Estes desafios necessitam de uma gestão eficaz de modo a atrair a cooperação de todos os cola-
boradores do sistema para alcançar a excelência da instituição (Allahyari & Eftekhari, 2013).
Considera-se, então, que um dos autores primordiais do crescimento académico é a administra-
ção. O ponto central dessa consideração é a eficiência e o poder da administração académica
em relação à coesão e sequência das diferentes funções e o uso de momentos avaliativos para
fornecer suporte e feedback que levam à eficácia prática da administração. Para além disso, e
de modo a conseguir atingir um grau de satisfação de gestão e cumprimento organizacional, é
importante ter em conta que a cultura e o commitment organizacionais dos colaboradores são
fundamentais, depreendendo-se que a gestão do commitment é também a gestão da cultura,
uma vez que é a relação entre estes que conecta os indivíduos a ideais e forças organizacionais
(Marginson, 2006; Mohammadi et al., 2012).
O ensino superior é considerado como um agente permanente do crescimento económico,
cultural e social de uma comunidade, posto isto, o sistema educacional superior, através de pro-
duções e resultados, tem um papel indispensável no crescimento, verificando-se então que a atua-
ção dos colaboradores e o êxito das organizações são influenciados pela cultura e commitment
organizacionais. Relativamente ao bem-estar dos funcionários e de modo a assegurar que estes
se encontram saudáveis e capazes, é necessário que o local de trabalho seja promotor de climas
saudáveis e seguros. De maneira a que a missão para com os discentes seja cumprida e seja de
qualidade, é indispensável que a segurança e reconhecimento para com a organização comecem
a partir de dentro, ou seja, dos funciorios para os alunos (Masouleh & Allahyari, 2017).
Como hipóteses para a realização deste estudo, partimos do pressuposto de que os tipos
de Cultura Organizacional contribuem para os tipos de commitment (H0). Assim sendo, foram
desenvolvidas doze hipóteses, que têm foco nos tipos de cultura e na sua influência face ao com-
mitment.
Os valores individuais refletem o quão comprometidos os colaboradores estão com a orga-
nização, sendo a Cultura Organizacional o espelho destes mesmo valores (Santos & Gonçalves,
2015). Esta é fornecedora de um foco estratégico e é representada como quadro de referência
para os colaboradores da empresa, uma vez que promove um contexto orientador para o com-
portamento dos funcionários. Assim, prover aos trabalhadores os valores e direções da empresa,
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poderá gerar reciprocidade no seu comportamento, originando níveis mais elevados de Commit-
ment Afetivo (Lee et al., 2018).
A Cultura Organizacional é considerada um precedente influente no Commitment, por isso
todos os tipos de cultura (i.e., Cultura de Inovação, Cultura de Apoio, Cultura de Regras e Cultura
de Objetivos) explicam e relacionam-se positivamente com o Commitment Afetivo (Zhai et al.,
2023), sendo evidente a relação entre Cultura de Apoio e Comprometimento Organizacional. Sil-
verthorne (2004) conclui que as organizações com elevados níveis de commitment organizacional
estão baseadas na Cultura de Apoio.
Nas investigações de Manetje e Martins (2009), o commitment afetivo apresenta níveis eleva-
dos quando os colaboradores percecionam a cultura de apoio como a dominante na organização,
por isso, bons ambientes de trabalho, fundamentados numa cultura de apoio, tendem a explicar
melhor o comprometimento organizacional do que a cultura burocrática (Lok & Crawford, 1999).
Funcionários com forte Commitment Afetivo podem apresentar elevados níveis de satisfação
no trabalho, na presença de uma Cultura Organizacional de Apoio (Saha & Kumar, 2018).
H1: A Cultura de Apoio contribui positivamente para a explicação do Commitment Afe-
tivo.
H2: A Cultura de Apoio contribui positivamente para a explicação do Commitment Nor-
mativo.
H3: A Cultura de Apoio contribui positivamente para a explicação do Commitment Ins-
trumental.
Vários estudos revelaram que tanto a cultura de inovação como a de apoio explicavam signi-
ficativamente o compromisso organizacional (Chagas, 2018).
A cultura de inovação, promotora de um ambiente criativo e dimico, no local de trabalho,
pode influenciar a relação entre commitment organizacional e satisfação no trabalho (Saha &
Kumar, 2018), levando aos colaboradores a obterem commitment organizacional mediano (Silver-
thorne, 2004).
De acordo com os resultados de Chagas (2018), a cultura de inovação é a que elucida melhor
o commitment afetivo dos funcionários, por isso, quanto mais os colaboradores percepcionarem
uma cultura de inovação, mais comprometidos afetivamente estão com a organização.
H4: A Cultura de Inovação contribui positivamente para a explicação do Commitment
Afetivo.
H5: A Cultura de Inovação contribui positivamente para a explicação do Commitment
Normativo.
H6: A Cultura de Inovação contribui positivamente para a explicação do Commitment
Instrumental.
Wasti e Onder (2009 cit. in Saha & Kumar, 2018) verificaram que a natureza da cultura organi-
zacional tem impacto no commitment. Uma organização baseada na cultura de regras não deseja
aliciar e manter funcionários ambiciosos, por isso, a organização elabora regulamentos e regras
que inviabilizam a criação de ideias diferentes (Rashid et al., 2003).
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Os estudos anteriormente realizados mostram que existe relação entre o commitment organi-
zacional e a cultura de regras/burocrática, como o estudo de Silverthorne (2004) que afirma que
uma empresa onde vigora a cultura de regras, por norma, apresenta níveis rasos de commitment
por parte dos funcionários. A cultura de regras, associada ao poder, regulação, hierarquia, entre
outros diminui a força do commitment com a satisfação no trabalho (Fischer & Mansell, 2009). Em
congrncia com estes resultados estão os estudos de Lok e Crawford (1999) que mostram que
uma organização alicerçada numa cultura de regras apresenta níveis de commitment organiza-
cional mais baixos (Wallach, 1983).
H7: A Cultura de Regras contribui negativamente para a explicação do Commitment Afe-
tivo.
H8: A Cultura de Regras contribui negativamente para a explicação do Commitment Nor-
mativo.
H9: A Cultura de Regras contribui negativamente para a explicação do Commitment Ins-
trumental.
Colaboradores que demonstram forte commitment face às organizações empregadoras ten-
dem a apresentar elevados níveis de satisfação no trabalho (Saha & Kumar, 2018). O commitment
normativo está associado a um tipo de pensamento e que os colaboradores de uma empresa se
sentem obrigados a permanecer na mesma (Meyer & Herscovitch, 2001). De acordo com alguns
estudos, a cultura centrada nos objetivos promove o commitment instrumental devido ao facto de
o colaborador não constituir laços afetivos com a organização (Brewer & Clippard, 2002; Lok &
Crawford, 1999; Silverthorne, 2004).
A missão de uma organização é transmissora de um propósito comum, direção e estra-
gia, que contribuem para o desenvolvimento de identidades compartilhadas (Campbell & Yeung,
1991) e promovem o commitment afetivo (Lee et al., 2018).
H10: A Cultura de Objetivos contribui positivamente para a explicação do Commitment
Afetivo.
H11: A Cultura de Objetivos contribui positivamente para a explicação do Commitment
Normativo.
H12: A Cultura de Objetivos contribui positivamente para a explicação do Commitment
Instrumental.
Métodos
Participantes
A amostra deste estudo é composta por 210 sujeitos, sendo que 110 (52.4%) dos inquiridos são
de instituões públicas e os restantes 100 (47.6%) são de instituições privadas.
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Repercussões da cultura organizacional no commitment organizacional: estudo desenvolvido em instituições do ensino superior
Observando as variáveis em estudo, é possível verificar que dos 210 inquiridos, 2 (1%) não
responderam à variável género; 4 (1.9%) não especificaram a categoria profissional e 10 (4.8%)
não deram informações acerca das habilitações académicas.
A maioria da amostra é composta pelo sexo masculino, representando 61.1% da amostra, o
que corresponde a 127 indivíduos. Relativamente ao sexo feminino, este representa 38.9% do
total de inquiridos, ou seja, 81 pessoas.
Em relação às idades dos inquiridos, apenas 206 dos 210 participantes, responderam a esta
variável. É possível afirmar que estas estão compreendidas entre 20 e 69 anos, apresentando uma
média de 36.62 e um DP=8.755.
Quanto à variável tempo de trabalho, apenas 207 dos 210 inquiridos, responderam. Esta
apresenta uma média de 10.18 e um DP=7.632. O tempo mínimo de trabalho encontra-se com-
preendido entre 0 e 40 anos trabalho.
Olhando para as habilitações académicas dos inquiridos, apenas 0.5% (1 sujeito) tem o 1º Ciclo
de Escolaridade; 1% (2 sujeitos) têm o 2º Ciclo de Escolaridade; 4.3% (9 pessoas) têm o 3º Ciclo de
Escolaridade; 48.6% (102 pessoas) têm o Ensino Secundário; 33.3% (70 pessoas) têm Licenciatura
e 7.6% (16 pessoas) têm Pós-Graduação, Mestrado e/ou Doutoramento.
Quanto à Categoria Profissional, 36.4% (75 sujeitos) dos inquiridos pertencem à categoria
operacional; 34.5% (71 sujeitos) encaixam-se na categoria técnicos, enquanto que 22.3% (46 sujei-
tos) são técnicos superiores; 6.8% (14 sujeitos) são coordenadores e supervisores.
Instrumentos
Para se avaliar as respetivas informações acerca da Cultura Organizacional das instituições
inquiridas, foi utilizada a escala FOCUS (First Organizational Culture Unified Search) (Neves,
2000), que por ser um questionário de autopreenchimento, não exigir a presença de um investi-
gador, garantir o anonimato dos inquiridos e das respostas e permitir ao sujeito responsivo o seu
preenchimento, quando for mais cómodo, foi a escala escolhida. Contudo, a sua versão portuguesa
foi desenvolvida por Neves e Jesno, ficando 34 dos 75 itens, apresentados inicialmente, sendo que
a última corresponde à versão utilizada neste estudo (Neves, 2000). A estrutura do questiorio
FOCUS é composta por duas partes, onde são refletidos aspetos da vida das organizações, quer
na vertente interna quer na vertente externa. A primeira parte, de carácter descritivo, tem como
objetivo avaliar o clima organizacional (aspetos comportamentais da cultura). Assim, o inquirido
tem ao seu dispor uma escala de 6 níveis para se pronunciar sobre as diversas questões, em que 1
= nunca/ninguém; 2 = poucas/raramente; 3 = algumas/por vezes; 4 = muitas/com frequência; 5 =
quase todas/quase sempre e 6 = todas/sempre (Neves, 2000). A segunda parte é composta por ques-
tões mais avaliativas, cujo foco é avaliar as orientações da cultura organizacional (aspetos mais
profundos da cultura) (Neves, 2000). Para tal, são elaborados 35 enunciados constituintes e a escala
de resposta apresenta 6 níveis (1 = de modo nenhum, 2 = raramente, 3 = um pouco, 4 = bastante, 5
= muito e 6 = muitíssimo) (Santos & Gonçalves, 2011). Foi, ainda, verificado que este questionário
apresenta uma consistência interna bastante adequada (α = .842), bem como as suas subescalas,
que também apresentam uma consistência interna satisfatória, variando de .69 a .82 (Neves, 2000).
Foi utilizada a Escala de Commitment Organizacional (Rego et al., 2005, cit. in Santos & Gon-
çalves, 2015). Para avaliar as informações sobre o Commitment das instituições escolhidas. Esta
escala utiliza como alicerce o modelo multidimensional de Allen e Meyer (1990) que aborda a
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existência de três componentes de commitment, o afetivo, o normativo e o instrumental. A escala
referida anteriormente foi adaptada à população portuguesa por Rego et al. (2005, cit. in Santos
& Gonçalves, 2015). Este instrumento é formado por 12 itens com 6 opções de resposta (de 1= A
afirmação não se aplica rigorosamente nada a mim a 6= a afirmação aplica-se completamente a
mim). Os dados são subjugados a uma análise fatorial corroborativa. Os alfas suplantaram o nível
.70 mencionado por Nunnaly (1976): EA = 0,85; EN=0,76 e EI= 0,86. Rego e Souto (2002), com o
objetivo de equiparar as médias, realizaram um estudo com 236 membros organizacionais por-
tugueses e concluíram que as médias foram de: 4.7 (afetivo); 3.1 (normativo) e 2.8 (instrumental).
Procedimento
Para a realização deste estudo foi pedida autorização à direção de instituições públicas e
privadas portuguesas. Após esta ser concedida, foi efetuado um inquérito online, para a recolha
de dados. O inquérito foi disponibilizado online, com o intuito de minimizar os efeitos de dese-
jabilidade social.
Posteriormente, os dados recolhidos foram analisados e interpretados, tendo em vista os
objetivos principais do presente estudo. Estes foram processados através do SPSS- Statistical Pro-
gram for Social Science (v. 26.0).
Resultados
Análise descritiva
Focando a análise nas instituições públicas, podemos constatar na Tabela 1, que das culturas
organizacionais existentes, a que apresenta maiores resultados é a Cultura de Regras (M=4.0944),
seguindo-se a Cultura de Objetivos (M=3.9444). Já a Cultura de Apoio (M=3.7609) e a Cultura de
Inovação (M=3.2864) são as que registam valores mais baixos.
TABELA1
Análise Descritiva da Cultura Organizacional na Instituição Pública (N=170)
Mínimo Máximo M DP
Cultura de Apoio 1.30 5.80 3.760 .89148
Cultura de Inovação 1.22 5.67 3.286 .83600
Cultura de Objetivos 1.00 6.00 3.944 .98770
Cultura de Regras 1.75 5.88 4.094 .77780
Quanto aos tipos de Commitment, é possível observar na tabela 2, que o mais elevado é o
Commitment Afetivo (M=4.315) seguido do Commitment Instrumental (M=3.585) e, por último o
Commitment Normativo (M=3.376).
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TABELA2
Análise Descritiva do Commitment na Instituição Pública (N=170)
Mínimo Máximo M DP
Commitment Afetivo
1.00 6.00 4.315 1.09009
Commitment Normativo
1.00 6.00 3.376 1.23188
Commitment Instrumental
1.00 6.00 3.585 1.16350
Em relação às instituições privadas, de acordo com a Tabelas 3, o tipo de cultura com resul-
tados mais elevados é a Cultura de Regras (M=3.95), seguida da Cultura de Objetivos (M=3.87).
Enquanto a Cultura de Apoio (M=3.59) e a Cultura de Inovação (M=3.21) são as que registam valo-
res mais baixos.
TABELA3
Análise Descritiva da Cultura Organizacional na Instituição Privada (N=87)
Mínimo Máximo M DP
Cultura de Apoio 1.30 5.80 3.595 .91092
Cultura de Inovação 1.33 5.67 3.211 .82795
Cultura de Objetivos 1.00 6.00 3.878 1.13588
Cultura de Regras 2.25 5.58 3.954 .85067
Quanto aos tipos de Commitment, segundo a Tabela 4, o mais elevado é o Commitment Afetivo
(M=4.383) seguido do Commitment Instrumental (M=3.420) e, por fim o Commitment Normativo
(M=3.401).
TABELA4
Análise Descritiva do Commitment na Instituição Privada (N=87)
Mínimo Máximo M DP
Commitment Afetivo 1.00 6.00 4.383 1.09870
Commitment Normativo 1.00 6.00 3.401 1.26027
Commitment Instrumental 1.00 6.00 3.420 1.14131
De acordo com a tabela 5, podemos verificar que a Cultura de Regras (M=4.094) e a Cultura
de Objetivos (M=3.944) são a que apresentam resultados mais elevados, seguindo-se a Cultura
Apoio (M=3.760) e, por fim a Cultura de Inovação (M=3.28), quer nas instituições públicas, quer
nas instituições privadas.
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TABELA5
Análise Descritiva da Cultura Organizacional das Instituições Públicas e Privadas (N=170)
Mínimo Máximo M DP
Cultura de Apoio 1.30 5.80 3.760 .89148
Cultura de Inovação 1.22 5.67 3.286 .83600
Cultura de Objetivos 1.00 6.00 3.944 .98770
Cultura de Regras 1.75 5.88 4.094 .77780
Nas instituões públicas e privadas, o tipo de Commitment que obteve resultados mais eleva-
dos, segundo a Tabela 6, foi o Commitment Afetivo (M=4.315), seguido do Commitment Instrumen-
tal (M=3.585) e do Commitment Normativo (M=3.376).
TABELA6
Análise Descritiva do Commitment das Instituições Públicas e Privadas (N=170)
Mínimo Máximo M DP
Commitment Afetivo 1.00 6.00 4.3155 1.09009
Commitment Normativo 1.00 6.00 3.3768 1.23188
Commitment Instrumental 1.00 6.00 3.5850 1.16350
Análise Correlacional
Neste estudo, quanto às correlações observadas (nas instituições públicas e nas instituições
privadas) na tabela 7, podemos verificar que a Cultura de Apoio es significativamente corre-
lacionada com a Cultura de Regras (r= .691), Cultura de Objetivos (r= .620), Cultura de Inovação
(r= .600), com o Commitment Afetivo (r= .558) e com o Commitment Normativo (r= .471). Relati-
vamente à Cultura de Inovação, esta es significativamente correlacionada com a Cultura de
Objetivos (r= .684), Cultura de Apoio (r= .600), Cultura de Regras (r= .567), Commitment Afetivo
(r= .405) e com o Commitment Normativo (r= .383). Na Cultura de Objetivos, as correlações mais
significativas são com a Cultura de Inovação (r= .684), Cultura de Regras (r= .650), Cultura de
Apoio (r= .620), Commitment Afetivo (p= .406) e com o Commitment Normativo (r= .305). Por fim, a
Cultura de Regras es correlacionada significativamente com Cultura de Apoio (r= .691), Cultura
de Objetivos (r= .650), Cultura de Inovação (r= .567), Commitment Afetivo (r= .371) e com o Com-
mitment Normativo (r= .347).
Por sua vez, as correlações mais significativas do Commitment Afetivo são com o Commitment
Normativo (r= .584), Cultura de Apoio (r= .558), Cultura de Objetivos (r= .406), Cultura de Inovação
(r= .405) e Cultura de Regras (r= .371). O Commitment Normativo apresenta correlações significati-
vas com o Commitment Afetivo (r= .584), Cultura de Apoio (r= .471), Cultura de Inovação (r= .383),
Cultura de Regras (r= .347), Cultura de Objetivos (r= .305) e com o Commitment Instrumental (r=
.216). Por último, o Commitment Instrumental, apenas apresenta correlação significativa com o
Commitment Normativo (r= .216).
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TABELA7
Tabelas das Correlações
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
1. Cultura de Apoio 1 .600** .620** .691** .558** .471** .120
2.Cultura de Inovação 1 .684** .567** .405** .383** .107
3.Cultura de Objetivos 1 .650** .406** .305** .105
4. Cultura de Regras 1 .371** .347** .067
5.Commitment Afetivo 1 .584** .058
6.Commitment Normativo 1 .216**
7.Commitment Instrumental 1
**p<.01.
Análise Inferencial
De acordo com Tabela 8, podemos afirmar que nas instituições públicas, a Cultura de Apoio
explica 30% do Commitment Afetivo dos colaboradores.
TABELA8
Análise de regressão simples entre as Culturas Organizacionais e o Commitment Afetivo nas Instituições
Públicas
β
t p
Commitment Afetivo
Cultura de Apoio .556 4.415 .000
Cultura de Inovação .031 .202 .841
Cultura de Objetivos -.010 -.062 .951
Cultura de Regras -.052 -.390 .698
= 30%; p= .000
Segundo a Tabela 9 mencionada, verifica-se que a Cultura de Apoio explica 39% do Commit-
ment Afetivo dos colaboradores, nas instituições privadas.
TABELA9
Análise de regressão simples entre as Culturas Organizacionais e o Commitment Afetivo nas Instituições Privadas
β
t p
Commitment Afetivo Cultura de Apoio .504 3.532 .001
Cultura de Inovação .135 1.109 .271
Cultura de Objetivos .103 .843 .402
Cultura de Regras -.047 -.340 .734
= 39.8%; p= .000
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Assim, de um modo geral, é possível constatar que de acordo com a Tabela 10, a Cultura de
Apoio é a que melhor explica (31%), o Commitment Afetivo, dos funcionários nas instituições
públicas e privadas.
TABELA10
Análise de regressão simples entre as Culturas Organizacionais e o Commitment Afetivo nas Instituições
Públicas e Privadas
β
t p
Commitment Afetivo
Cultura de Apoio .525 5.541 .000
Cultura de Inovação .097 1.003 .317
Cultura de Objetivos .044 .449 .654
Cultura de Regras -.092 -.965 .336
= 31.2%; p= .000
Em suma, podemos observar através da Tabela 11 que a Cultura de Apoio explica 24% do
Commitment Normativo, enquantoque para o Commitment Instrumental, o tipo de Cultura Orga-
nizacional em nada contribui, como é possível verificar na tabela 12.
TABELA11
Análise de regressão simples entre as Culturas Organizacionais e o Commitment Normativo nas Instituições
Públicas e Privadas
β
t p
Commitment Normativo
Cultura de Apoio .383 3.859 .000
Cultura de Inovação .183 1.804 .073
Cultura de Objetivos -.021 -.203 .840
Cultura de Regras -.012 -.120 .904
= 24.4%; p= .000
TABELA12
Análise de regressão simples entre as Culturas Organizacionais e o Commitment Instrumental nas
Instituições Públicas e Privadas
β
t p
Commitment
Instrumental
Cultura de Apoio .158 1.398 .164
Cultura de Inovação .063 .543 .588
Cultura de Objetivos .012 .101 .920
Cultura de Regras -.098 -.851 .396
= 2.4%; p= .392
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Análise de Diferenças de Médias
Observando a Tabela 13, é possível afirmar que existem diferenças significativas entre os
tipos de Cultura Organizacional e o Commitment, nas instituições públicas e privadas.
Na Cultura de Apoio, a média da instituição privada é mais elevada que na instituição pública
(t= -2.758; p=.415). Na Cultura de Inovação, também se verifica que a média da instituição privada
é mais alta que na instituição pública (t= -1.321; p=.661). Na Cultura de Objetivos, observa-se que a
média da instituição privada é mais elevada que na instituição pública (t= -.999; p=.001). Por fim,
na Cultura de Regras, é possível constatar que a média da instituição privada é mais alta que na
instituição pública (t= -2.643; p=.020).
Relativamente, aos tipos de Commitment, verifica-se que a média do Commitment Afetivo,
nas instituições públicas é mais elevada que nas instituições privadas (t= .926; p=.989). Quanto
ao Commitment Normativo, observa-se uma média mais elevada nas instituições públicas do que
nas instituições privadas (t= .297; p=.973). Por último, no Commitment Afetivo, a média é mais
elevada nas instituições privadas que nas instituições públicas (t= -2.124; p=.415).
TABELA13
Comparação da diferença de médias entre a Cultura Organizacional e o Commitment nas Instituições Públicas e Privadas
M p t
Cultura de Apoio
Pública 3.5951 .415 -2.750
Privada 3.9389 -2.758
Cultura de Inovação
Pública 3.2111 .661 -1.323
Privada 3.3729 -1.321
Cultura de Objetivos
Pública 3.8789 .001 -.985
Privada 4.0153 -.999
Cultura de Regras
Pública 3.9547 .020 -2.630
Privada 4.2398 -2.643
Commitment Afetivo
Pública 4.3832 .989 .926
Privada 4.2424 .926
Commitment Normativo
Pública 3.4012 .973 .297
Privada 3.3502 .298
Commitment Instrumental
Pública 3.4206 .415 -2.126
Privada 3.7626 -2.124
Discussão de Resultados
O principal objetivo deste estudo é verificar se o tipo de Cultura Organizacional influencia
positivamente ou negativamente o tipo de Commitment. Revisando a literatura já existente, Acar
(2012) realçou a existência de uma relação entre cultura organizacional e commitment organiza-
cional. Outro estudo realizado que comprovou que existe efetivamente uma relação significativa
entre o commitment afetivo e a cultura de inovação foi o de Ramalho (2008). E ainda a investiga-
ção de Saraiva (2012) afirma que a cultura organizacional tem um papel significante no commit-
ment organizacional, mormente a cultura de apoio na extensão afetiva do commitment.
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Das doze hipóteses formuladas inicialmente, apenas duas foram confirmadas, sendo elas H1:
A Cultura de Apoio contribui positivamente para a explicação do Commitment Afetivo e H2: A
Cultura de Apoio contribui positivamente para a explicação do Commitment Normativo.
Tendo em conta a literatura estudada era de prever que a cultura de apoio fosse preditora da
dimensão afetiva do commitment afetivo (Krog, 2014). Relativamente à H1, podemos afirmar que
a Cultura de Apoio assenta nos seguintes pressupostos, enfatizar a flexibilidade e o lado interno
da organização. O seu objetivo principal é a criação e manutenção da coesão e empenho dos
colaboradores. Para motivar os seus funcionários, este tipo de culturas rege-se pela participação,
confiança e sentimentos de pertença face à organização. Para que a lideraa seja desempe-
nhada da melhor maneira, tende-se a estimular a participação e é dado apoio para o desenvol-
vimento dos funcionários, fomentando assim o trabalho em equipa. Como critério de eficácia
nesta cultura, está o potencial de desenvolvimento humano bem como o envolvimento dos seus
funcionários (Neves, Caetano, & Ferreira, 2011). Por norma, os trabalhadores com forte vínculo
à organização, ou seja, com elevados níveis de commitment afetivo apresentam maior tendência
para auxiliar e participar em processos de decisão e, consequentemente, também mostram forte
inclinação para permanecer na organização, porque é esse o seu desejo (Meyer & Allen, 1993).
Assim podemos verificar que o commitment afetivo dos colaboradores é determinado pela Cul-
tura de Apoio, como podemos observar na Tabela 10. Portanto, pode-se assim constatar que o
commitment afetivo do colaborador depende do entendimento afirmativo, por parte do colabo-
rador, de agentes como ser responsável, apreciar a performance e o planeamento por parte da
organização (Miranda, 2019).
Quanto à H2, a Cultura de Apoio visa a criação e manutenção da coesão e empenho dos
colaboradores. Os colaboradores que apresentam níveis altos de commitment normativo, nor-
malmente permanecem na organização devido ao sentimento de dívida que sentem para com
a mesma (Meyer & Allen, 1993). A dimensão normativa do commitment cresce devido às expe-
riências de socialização que fomentam a oportunidade de os funcionários expressarem a sua
lealdade para com a organização ou devido ao facto de receberem beneficiações que o deixam
com sentimento de obrigação recíproca (Meyer & Allen, 1993). Os colaboradores com fortes níveis
de commitment normativo normalmente contribuem para a concretização dos objetivos da orga-
nização, mas não se encontram tão entusiasmados quanto os colaboradores com níveis fortes
de commitment afetivo (Rego & Souto, 2004). Confirmada a hipótese, podemos constatar, através
dos resultados da Tabela 11 que o Commitment Normativo nos colaboradores é influenciado pela
Cultura de Apoio. Assim conclui-se que a Cultura de Apoio contribui de maneira positiva tanto
para o Commitment Afetivo como para o Commitment Normativo.
Como podemos verificar nas tabelas 10, 11 e 12 a Cultura de Inovação não explica significati-
vamente nenhum tipo de commitment, por isso, não foram confirmadas as hipóteses, H4, H5 e H6
e o mesmo pode ser dito para a Cultura de Objetivos e de Regras, e por isso, as hipóteses H7, H8,
H9, H10, H11 e H12 são infirmadas.
O commitment instrumental acontece quando o colaborador vê os custos associados ao sair
da organização, seja por não ter outras opções de emprego ou por saber quais os sacrifícios que
teriam de ser feitos se saísse da organização, por isso permanece na mesma por necessidade
(Miranda, 2019; Messner, 2013). Este não pode ser explicado por nenhum tipo de cultura organi-
zacional, como é observado na tabela 12, por isso, verificamos que a cultura organizacional não
intensifica o commitment instrumental nos colaboradores. Aqui não se confirmam nenhumas
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Repercussões da cultura organizacional no commitment organizacional: estudo desenvolvido em instituições do ensino superior
hipóteses, ou seja, as hipóteses H3, H6, H9, H12 não podem ser confirmadas, sendo assim hipó-
teses infirmadas.
Conclusão
Em suma, é possível afirmar que tanto o Commitment Afetivo, como o Commitment Norma-
tivo, são melhor explicados pelo impacto da Cultura de Apoio. Já o Commitment Instrumental,
não pode ser explicado por nenhum tipo de Cultura Organizacional.
As principais limitações encontradas neste estudo prendem-se com o facto de nem todas as
instituições contactadas autorizarem a realização deste questionário. Para além disso, das insti-
tuições que autorizaram a realização do questionário, verificou-se que a amostra não foi homo-
nea, uma vez que existe uma diferença de dez sujeitos, no total da amostra.
Outra das limitações esteve relacionada com os inquiridos, uma vez que estes não fornece-
ram a totalidade das informações pedidas, por temerem represálias por parte dos seus superio-
res.
Para a realização deste estudo, foi fácil a obtenção de literatura relacionada com os princi-
pais constructos (Cultura Organizacional e Commitment), contudo a informação disponibilizada
da relação destes com as instituões de ensino superior, foi limitada.
Para realização de investigações futuras, é aconselhado colmatar as limitações acima refe-
ridas, bem como dever-se-á ter em atenção a homogeneidade da amostra, tentando obter igual-
dade nos totais da mesma.
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